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Benito Mussolini e Nicola Bombacci queriam fazer a socialização da economia na Itália

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Published on 27 Dec 2024 / In Other

Video original by Guelfo Negro: https://youtu.be/cTLDdgwv9AI?si=jevnKVEzsySMLz6X
Texto:
No inverno de 1941, Benito Mussolini falou de um programa de socialização que realizaria depois de vencer a Segunda Guerra Mundial. Em Maio de 1943, Mussolini se encontraria com Tullio Cianetti. Nesse encontro, Cianetti daria a conhecer a Mussolini suas preocupações com o corporativismo, visto que as posições capitalistas haviam se fortalecido e havia uma tendência ao monopólio. Ambos discutiriam a implementação da socialização. Em 25 de Julho, Mussolini sofreu um golpe do Grande Conselho do Fascismo onde a maioria votou para que ele fosse derrubado do poder e foi preso após uma reunião com o Rei da Itália que lhe disse que a guerra já estava perdida. Porém, após a Operação Carvalho, Mussolini foi libertado da prisão e levado para o norte da Itália onde ele proclamou a República Social Italiana. Lá Mussolini mais decidido do que nunca a levar sua revolução até o fim, pois estava liberto das amarras do passado, autoriza os setores mais radicais de seu partido a iniciar a fase uma denominada socialização (nome proposto por Nicola Bombacci, mas aceito por Mussolini) que resultará na proclamação de leis de clara inspiração socialista no que diz respeito a criação de sindicatos, empresas co-geridas, distribuição de lucros e nacionalização de setores cruciais da indústria. Foi Bombacci que atribuiu para si o projeto de socialização muito publicitado pelo fascismo republicano e aprovado com a denominação de socialização fascista. Tudo isto sumariado nos 18 pontos do Congresso de Verona do Partido Republicano Fascista em um documento composto por Mussolini e Bombacci. A contribuição dos pontos mais revolucionários da Carta de Verona foi de Bombacci com aprovação de Mussolini. Mas o trinômio "Itália - República - Socialização" havia sido idealizado por Mussolini antes mesmo do Congresso de Verona. Perante um grupo de velhos veteranos fascistas de Milão, Mussolini lança sua proclamação que embasaria a sua república fascista onde ele declara: “Alguns ainda nos perguntam: o que querem vocês? Nós respondemos com três palavras que sumarizam o nosso inteiro programa: Aqui estão elas, Itália, República, Socialização. Socialização não é mais do que a implantação de um socialismo italiano, humano, nosso e possível, e eu digo nosso, já que ele constitui a única fundação da economia, afastando as alavancagens mecânicas, não existentes na natureza e impossíveis na história". Mussolini e Bombacci então lançam a socialização da economia para implantar o socialismo na República Social Italiana. Mussolini e Bombacci com a socialização da economia queriam expropriar todas as empresas como mais de 100 funcionários na República Social Italiana. Na socialização da economia planejava-se mudar o modo de produção a partir das pequenas empresas, com um conselho de gestão. Na empresa socializada, o presidente passou a integrar o conselho de administração e sua propriedade não possuía mais liderança, que passava para os trabalhadores por meio de seus representantes, todos eleitos em sigilo cédula. Também na empresa socializada haveria participação dos trabalhadores em seu lucro. Mais de 80 empresas foram socializadas em poucos meses, juntas, empregavam cerca de 150000 trabalhadores. Nas fábricas as ordens do dia eram votadas, reuniões tinham lugar e moções eram aprovadas. A política de transferência de propriedade dos alojamentos dos trabalhadores foi uma realidade (dias antes do fim da guerra, ainda havia acomodações a serem adjudicadas) enquanto a participação dos trabalhadores nas empresas era um fato. Roberto Farinacci no jornal Il Regime Fascista apresentou a socialização da economia com entusiasmo, embora moderado. Em 12 de Fevereiro de 1944 foi aprovado o decreto-lei de socialização que define: - a possibilidade, para as empresas que extraem matéria-prima, produzem energia ou se dedicam a outros setores importantes para a independência do Estado, de serem adquiridas por este; - conselhos de gestão para decidir sobre a organização da produção e distribuição dos lucros; - conselhos de administração compostos por representantes de acionistas e empregados; - responsabilidade pessoal dos gerentes de negócios para com o estado; - novas regras sobre a nomeação de sindicalistas, comissários do governo e sobre as tarefas de um novo órgão público, o "Instituto de Gestão de Fundos". A lei de socialização receberá críticas favoráveis de partidos italianos de esquerda como o Partido Socialista Italiano da Unidade Proletária e o Partido Comunista Italiano. Bombacci viajará pelas fábricas industrializadas do norte em Milão e Turim explicando essa revolução social do novo estado fascista. Depois de um encontro em Verona e diversas visitas a empresas socializadas, Bombacci escreve para Mussolini em 22 de Dezembro de 1944: “Falei uma hora e meia num teatro entusiástico e conquistado, a audiência, composta na sua maioria por trabalhadores, vibrava ritando: sim, nós queremos lutar pela Itália, pela República, pela Socialização. De manhã visitei a Mondadori, já socializada, falei com os trabalhadores que formam o conselho de gestão, os quais achei cheios de entusiasmo e compreensão por esta nossa missão”. Muitos grupos de partigiani que atacaram líderes sindicais e militantes da base fascista foram apoiados pela Igreja Católica para sabotar a socialização da economia. Mussolini no seu discurso no Teatro Lírico de Milão em 16 de Dezembro de 1944 falou com entusiasmo sobre a socialização da economia declarando: “Depois dos últimos acontecimentos estamos dispostos a dar à ação um novo impulso e expandi-la quer no campo político quer no campo social. Na verdade, mais do que uma nova posição, devíamos dizer mais precisamente: um regresso às posições originais. Mas, agora, a semente já foi semeada. Apesar do que possa ocorrer, esta semente está destinada a germinar. A socialização fascista é a solução lógica e racional que evita a burocratização da economia através de um Estado totalitário por um lado, ultrapassando o individualismo da economia liberal pelo outro. Deve ser considerada hoje como uma solução que vai ao encontro das exigências dos traços sociais das comunidades nacionais". A implantação total da socialização da economia foi agendada para 25 de Abril de 1945 pela resistência dos nazistas alemães e burgueses italianos contra essa política econômica, embora já cerca de 6.000 empresas já tivessem sido socializadas na República Social Italiana como a Fiat, Montecatini e Mondadori por exemplo. Mussolini e Bombacci com a socialização da economia alcançaram a socialização dos meios de produção proposta por Strasser que liderava a ala esquerda do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Mussolini também pediu para Carlo Silvestri que a República Social Italiana fosse entregue para os republicanos e não aos monarquistas e que a socialização da economia e todo o resto fosse entregue pros socialistas e não aos burgueses.
REFERÊNCIAS:
Gregor, A. (2005) Mussolini's Intellectuals. Fascist Social and Political Thought. Princeton University Press. p. 234
Landolfi, Enrico (1993). Benito Mussolini. L'altra faccia del pianeta fascista - Rosso imperiale.
Chieti: Solfanelli Editore. p. 58 - 65
Erik Norling, Fascismo Revolucionário
Smith, Denis Mack (1983), Mussolini: A Biography, New York: Vintage Books, p. 311
C. Silvestri. Mussolini, Graziani e l'antifascismo, Longanesi, 1949.
https://pt.wikipedia.org/wiki/....Socializa%C3%A7%C3%A
https://history.uol.com.br/hoj....e-na-historia/mussol
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_de_Verona
https://www.larchivio.com/xoom/paolomoglia.htm
https://es.metapedia.org/wiki/....Strasserismo#Sociali
https://it.wikipedia.org/wiki/....Carlo_Silvestri#Biog

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