Benito Mussolini e Roberto Farinacci tentaram impedir a eleição do Papa Pio XII
Video original by Guelfo Negro: https://youtu.be/XTahBGc-jD8?si=XJIc1LMZ-LGBKowU
Texto:
Benito Mussolini através de Roberto Farinacci, Galeazzo Ciano e Guido Manacorda tentou impedir que o Cardeal Eugênio Pacelli fosse eleito Papa no conclave de 1939. Farinacci era prefeito de Cremona e ministro de estado do governo fascista, Ciano era ministro das relações exteriores do governo fascista e genro do Mussolini e Manacorda era um germanista que era recebido e admirado por Adolf Hitler e homem de ligação com Mussolini no propósito de restabelecer relações com Hitler em 1934. Farinacci, Ciano e Manacorda trabalharam para Mussolini na tentativa de impedir que o Cardeal Pacelli fosse eleito Papa em 1939. Mussolini queria impedir a eleição de Eugênio Pacelli como Papa por considera-lo como alguém que tendia a uma mentalidade democrática e um perigo para sua ditadura e suas relações com a Alemanha. O governo Mussolini queria evitar a eleição de um Papa considerado político demais, pois preferia um Papa apolítico. O padre Peter Gumpel, o postulador da causa de beatificação do Papa Pio XII diz: “Um papa italiano como Pacelli inevitavelmente criaria problemas para Mussolini na sua relação com Hitler. A eleição devia ser evitada”. A primeira tentativa de influenciar a eleição do Papa no conclave aconteceu em 11 de Fevereiro de 1939 no jornal Il Regime Fascista de Farinacci onde foi publicado um longo artigo que indicava os nomes dos supostos papáveis. O jornal indicou Pacelli, Della Costa, Marmaggi e Massimi como os favoritos. Nesse artigo, o Il Regime Fascista mostrou preocupação com a possível eleição de Pacelli, por estar envolvido demais nas escolhas do seu antecessor para poder se distanciar dele. Para a Santa Sé, foi uma clara manobra de influenciar a eleição do próximo Papa. Em 12 de Fevereiro, Mussolini deixou Ciano livre para continuar com a ação de perturbação. No jornal Telegrafo di Livorno escreveu-se que Pacelli terá, nos primeiros escrutínios, votos muito lisonjeiros, mas que não alcançarão os dois terços necessários; e esses votos serão, mais do que qualquer outra coisa, um reconhecimento dos seus méritos e diminuirão gradativamente. O jornal então, fez as suas previsões: os verdadeiros papáveis, de acordo com os documentos sugeridos por Ciano, eram os Cardeais Dalla Costa e Massimi. Em suma, o candidato “político”, inclinado demais contra o regime, seria superado por um candidato mais conciliador, apolítico e espiritual. Em 13 de Fevereiro a polícia política do regime fascista interceptou uma conversa telefônica de Paul Gentizon, correspondente do Temps, com o seu editor em Paris: “O governo fascista defende que, no trono de São Pedro, se sente algum Pastor angelicus, que, de mãos dadas, olhando mais para o céu do que para a terra, se preocupe com as almas e seja severo na disciplina”. Nesse sentido, o perfil perfeito para o regime fascista era o do cardeal Massimi. "Jurista da verdadeira humildade e santidade" dizia um informativo da polícia política. E ainda: “Um dos melhores sacerdotes do clero romano”. A sua candidatura “cairia muito bem, porque depuraria o Vaticano de todas as escórias ambrosianas, pondo fim a todas as roubalheiras que há anos se repetem no ambiente”. Manacorda procorou com conversas confidenciais e encontros influenciar a Cúria Romana para não votar no Pacelli para Papa no conclave. Ele correu para Roma nos dias do conclave com pretexto de colaboração com o jornal Corriere della Sera. Ele entrava como estudioso desejoso de escrever artigos e não como espião do regime. Com alguns purpurados, ele foi prudente, com outros, explícito: ele disse ao cardeal Baudrillart para seguir um conselho de “modération”, ou seja, eleger o cardeal Massimi, cujo nome circulava nos ambientes da Cúria como candidatura “soutenue par Mussolini”. Para obter apoio à candidatura de Massimi, Manacorda se dirigiu aos desiludidos do pontificado anterior, os muitos opositores que, como mostra a história atual, nunca faltam do outro lado do Rio Tibre. Ele visitou o Cardeal Primaz da Espanha Gomá y Tomás que como representante oficioso do Vaticano junto ao governo de Burgos, muitas vezes se encontrava em uma posição embaraçosa diante do general Francisco Franco. Pacelli não o ajudou como esperava. Por isso, Manacorda tentou trabalhar sobre o seu rancor. Assim fez com outros. A sua obra de convencimento não produziu o efeito esperado e então graças a Deus, o Pacelli foi eleito Papa no conclave de 1939 adotando o nome de Pio XII em homenagem a Pio XI.
REFERÊNCIA:
https://www.ihu.unisinos.br/78....-noticias/596070-qua
0
Log in to comment