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Benito Mussolini sabia que os nacional-socialistas eram contra a Igreja Católica

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Published on 19 Dec 2024 / In Other

Video original by Guelfo Negro: https://youtu.be/mUWyi4_93bk?si=hyxmX7OPzch-9GQQ
Texto:
Benito Mussolini no seu artigo Teutônica do jornal Il Popolo d'Italia de 26 de Maio de 1934 descreveu assim o nacional-socialismo de Adolf Hitler: "Cem por cento de racismo. Contra tudo e contra todos: ontem contra a civilização cristã, hoje contra a civilização latina, amanhã, quem sabe, contra a civilização do mundo inteiro".

Hitler no seu primeiro encontro com Mussolini em Veneza, em 14 de Junho, se referiu assim a Jesus Cristo: "Esse judeu descobrira um jeito de enganar todo o mundo ocidental. Ainda bem que vocês conseguiram injetar mais de uma pequena dose de paganismo na Igreja Católica, fazendo de Roma o seu centro e usando-a para seus próprios fins".

Hitler acrescentou que não conseguia ver nenhum benefício trazido pelo catolicismo à Alemanha.

Depois desse encontro, Mussolini escreveu para Cesare Maria De Vecchi, embaixador italiano na Santa Sé, em 22 de Junho: "Vou poupá-lo de todas as idiotices que Hitler disse sobre Jesus Cristo ser da raça judia, etc".

Mussolini numa conversa com Konstantin von Neurath, ministro das relações exteriores do Terceiro Reich, em 4 de Maio de 1937, lhe advertiu que o conflito com a Igreja Católica prejudicava a reputação do Terceiro Reich. Baseando-se na sua própria experiência, ele aconselhou os nacional-socialistas a permitirem o ensino religioso nas escolas públicas, o que ele fizera no Reino da Itália com resultados muito proveitosos. Mussolini sugeriu que ele ao conceder pequenos favores ao alto clero, como distribuir bilhetes de trem gratuitos e conceder deduções de impostos por exemplo, conseguiu conquistar o apoio da Igreja de tal maneira que até declararam a Segunda Guerra Ítalo-Etíope como uma Guerra Santa.

Mussolini numa conversa com Joachim von Ribbentrop, ministro das relações exteriores do Terceiro Reich, em 28 de Outubro de 1938, lhe disse que a batalha dos nacional-socialistas contra a Igreja era um grande obstáculo a uma aliança militar entre Roma e Berlim, pois enfraquecia o apoio popular italiano. Ele sugeriu que antes do pacto proposto por Ribbentrop ser assinado, o Terceiro Reich tinha que dar um jeito de fazer as pazes com a Igreja. Mussolini lhe disse que se eles chegassem a esse acordo, a aliança com os nacional-socialistas se tornaria muito popular entre os italianos.

Mussolini enviou uma carta para Hitler em 30 de Maio de 1939 onde ele lhe aconselhou: "Aprofundar ainda mais as relações não apenas entre os governos das potências do Eixo, mas também entre os povos. Para esse propósito, uma détente nas relações entre a Igreja Católica Romana e o nacional-socialismo seria, sem dúvida, benéfica, e também é muito desejada pelo Vaticano".

Francesco Orestano publicou seu artigo A vida religiosa na nova Europa na edição número 12 da revista Gerarchia de Mussolini em Dezembro de 1942, onde ele reclamava da perseguição dos nacional-socialistas contra a Igreja: "Então, se na Alemanha se expressaram não esporadicamente, mas organicamente dentro do movimento nacional-socialista correntes relevantes de pensadores e programas, num sentido nitidamente irreligioso e anticristão, estas manifestações devem ser levadas a sério e cuidadosamente consideradas".

Joseph Goebbels no seu diário reclamou: "Rivoluzione fascista (Siena), periódico pertencente a um neto do Duce, Vito Mussolini, publicou um artigo contra a nossa concepção religiosa nacional-socialista. O artigo trata do mesmo argumento discutido recentemente na Gerarchia e se expressa no sentido de que a Europa é um continente cristão e que o domínio cristão no continente deve continuar. É evidente que os italianos estão tentando, através dos seus periódicos, reivindicar a supremacia espiritual na Europa, dado que a supremacia militar e política lhes escapou das mãos. Não levo em conta este artigo em nossos comentários. Teremos que esperar por uma oportunidade mais favorável. Com toda a probabilidade, poderemos abordar a questão da Igreja abertamente só depois da guerra".

Roberto Farinacci escreveu uma carta para Hitler em 4 de Março de 1943, onde ele trata da situação das Igrejas no Terceiro Reich: "Não podemos negar o fato de que há cerca de novecentas milhões de almas no mundo que se confessam aos cristãos e que, mesmo que sejam, em grande parte, por tradição ou quase por inércia, estão prontas para se levantar, como se por orgulho ofendido, quando na substância ou na aparência das coisas, parece-lhes que há oposição ou aversão por parte do Estado às suas Igrejas. Os judeus conseguiram com uma arte diabólica criar uma frente cristã e lançá-la contra nossas duas nações, acusadas de paganismo! Infelizmente, mesmo que essa acusação não seja verdadeira, ela é revivida e instrumentalizada contra as potências do Eixo. E testemunhamos o maior paradoxo, na verdade a comédia mais abjeta, de uma Rússia sem Deus que deu seu apoio ao que Londres e Washington chamam de guerra em defesa do cristianismo. Como você sabe, Stalin se apressou em restaurar a liberdade de culto e, enquanto isso, agradece ao Arcebispo da Cantuária, que continua a enviar-lhe suas copiosas bênçãos; enquanto os Estados Unidos enviam o Arcebispo Spellmann para a Cidade do Vaticano e Roosevelt manobra os prelados católicos com a habilidade judaica. Sem dúvida, na Alemanha, se tomou uma posição contra as Igrejas. Os cardeais e bispos, os pastores evangélicos aparecem isolados, desprovidos de autoridade e combatidos no exercício de seu ministério. Não há jornal evangélico ou católico de alguma importância que dê a impressão de que pelo menos os religiosos fiéis às diretrizes do Reich possam se declarar patriotas e demonstrar seu fervor na luta, como fazem os correligionários dos Estados Unidos e da Inglaterra".

Farinacci enviou uma cópia dessa carta para Mussolini. Farinacci numa carta para Mussolini em 23 de Abril admitiu que foi incitado por Ernst von Weizsäcker, subsecretário de estado do ministério das relações exteriores do Terceiro Reich, a escrever essa carta para Hitler.

Mussolini confidenciou pro jornalista Carlo Silvestri em 13 de Fevereiro de 1945: "Se a Alemanha tivesse permitido que o conceito da nova ordem fosse esclarecido, a guerra entre a Alemanha e a Rússia teria sido tornada impossível. Alemanha, Rússia e Itália estavam naturalmente destinadas a se entenderem por razões ideológicas, por afinidade de sistemas políticos, de mentalidade política. Se já tivessem chegado a um acordo, teriam domínio absoluto sobre a Europa e poderiam influenciar a política mundial, a sua união tê-los-ia levado à dominação mundial, teriam dado à Europa e depois ao mundo uma ordem verdadeiramente nova. Tudo levou a Alemanha e Rússia a se darem bem. A Rússia era ou não um Estado totalitário como a Alemanha? Existe ou não na Rússia uma disciplina semelhante e mais severa que a alemã? Nenhum antagonismo religioso dividiu e divide estes dois países porque se na Rússia eles têm a religião do leninismo, na Alemanha são anticristãos como na Rússia e para os alemães a religião católica é superada juntamente com o pietismo, com a bondade e com humanidade. Os alemães tem a religião do sangue, que deriva de um conceito racial. Tudo os levou a se entenderem. Apoeie éstá tese em vão. Pelo que lhe digo, você pode entender que eu estava disposto a fazer uma nova revolução dentro da revolução. A socialização deveria ter ocorrido em 1939. Esperava um encontro a três, um encontro que provavelmente teria marcado o início de uma nova história do mundo".

Isso tudo nos mostra que Mussolini sabia que os nacional-socialistas eram contra a Igreja, porém, mesmo assim ele se aliou com eles, provando que ele não era católico.

REFERÊNCIAS:
David I. Kertzer, O papa e Mussolini: A conexão secreta entre Pio XI e a ascensão do fascismo na Europa, Intrínseca, 2017, pp. 224 e 274.

R. J. B. Bosworth, Mussolini a biografia definitiva, Globo Livros, 2023, p. 339.

Emilio Gentile, Contro Cesare: cristianesimo e totalitarismo nell'epoca dei fascismi, Feltrinelli, 2010, p. 377.

Joseph Goebbels, Diaro Intimo, Milano, Mondadori, 1948, p. 339.

Renzo De Felice, Mussolini: L'alleato: 1. L'Italia in guerra, 1940-1943. t. 1. dalla guerra breve la guerra luonga. Einaudi, 1965, p. 751.

Gloria Gabrielli, Carlo Silvestri: socialista, antifascista, mussoliniani, Franco Angeli, 1992, p. 283.

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