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Roberto Farinacci e Julius Streicher discursaram em Berlim contra o cristianismo

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Published on 20 Dec 2024 / In Other

Video original by guelfo negro: https://youtu.be/QvBqytJfXBA?si=b_5qFjNpWIS4wIIS
Texto:
Roberto Farinacci e Julius Streicher discursaram no Palácio dos Esportes em Berlim na noite de 26 de Janeiro de 1939 contra o cristianismo.

Farinacci e Streicher eram ateus. Farinacci no seu jornal Cremona Nuova em 12 e 13 de Março de 1923 escreveu: "Eu, que sou ateu reconheço a necessidade da política vaticana seguida pelo Exmo. Mussolini, porque com ele o governo fascista esvaziou o Partido Popular de seu conteúdo católico".

Essa declaração de Farinacci no Cremona Nuova foi replicada pelo jornal L'Osservatore Romano do Vaticano em 14 de Março.

Streicher confidenciou pro psiquiatra Gustav Gilbert em 24 de Dezembro de 1945: "O capelão deixou alguns folhetos aqui para eu ler, mas eu não dou crédito a essas coisas. Eu sou um grande filósofo, sabe. Muitas vezes pensei sobre esse negócio de Deus criar o universo. Eu sempre me pergunto, se Deus fez tudo, quem fez Deus? Veja, você pode ficar louco pensando sobre isso. E todas essas coisas sobre Cristo (o judeu que era filho de Deus), eu não sei. Parece propaganda".

Streicher confidenciou pro psiquiatra Leon Goldensohn em 6 de Abril de 1946: "Cristo era um judeu e Deus, ele deveria ter feito o universo. Isso é um pouco exagerado, porque se Deus fez o mundo, quem fez Deus?".

Farinacci começa o seu discurso no Palácio dos Esportes em Berlim afirmando: "A Igreja Católica não tem o direito de lutar contra o antissemitismo, uma vez que a própria Igreja no passado perseguiu os judeus impiedosamente e às vezes cruelmente. Por que essa mudança repentina de atitude? Por que os judeus tiveram sucesso em conquistar os altos prelados católicos? Hoje a Igreja mostra mais simpatia pelos países amigos dos judeus do que por nós, que reintroduzimos a moralidade nas escolas e entre as pessoas".

É interessante Farinacci acusar a Igreja Católica de perseguir impiedosamente e cruelmente os judeus, enquanto ele defendia o nacional-socialismo que roubou e matou judeus, diferente da Igreja, que proibiu com excomunhão seus fiéis de roubarem e matarem os judeus, como podemos ver pela bula Sicut Judaeis do Papa Calisto II por exemplo: "Também, nenhum cristão deve ousar ferir suas pessoas, ou com violência tomar seus bens, ou mudar os bons costumes que eles tiveram até agora em qualquer região em que habitam (...) Se alguém, no entanto, tentar, ir contra o teor deste decreto uma vez tendo o conhecido, que ele seja punido com a vingança da excomunhão, a menos que ele corrija sua ousadia fazendo uma satisfação equivalente".

Farinacci acusou os judeus de contaminarem os católicos: "Na França e em outros lugares, os judeus conseguiram poluir as massas católicas".

Farinacci também advertiu que a religião não deve ser confundida com política, concluindo assim que a Igreja não tinha o direito de lutar contra o antissemitismo, que de acordo com ele, era uma questão puramente política: "É o Santo Evangelho que deve ser pregado do púlpito, enquanto o sacerdote, por seu exemplo, deve se preparar para o Reino dos céus. Qualquer coisa a mais é abuso, engano e traição".

Streicher combinou o ataque de Farinacci contra o catolicismo com seu ataque contra o protestantismo, em especial, contra o Pastor Martin Niemoeller, a quem Streicher chamou de traidor do Reich.

REFERÊNCIAS:
Renzo De Felice, Mussolini, Volume 2, Edizione 1, p. 542.

Ernesto Rossi, Il Manganello e l’aspersorio: L’uomo della provvidenzza e Pio XI, p. 90.

Harry Fornari, Mussolini’s Gadfly: Roberto Farinacci, p. 73

Gustav Mark Gilbert, The Nuremberg Diary, p. 87

Leon Goldensohn, The Nuremberg Interviews: An American Psychiatrist's Conversations with the Réus and Witnesses, p. 256.

News Brief - Jewish Telegraphic Agency, 27 de Janeiro de 1939.

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