Sobre o passeio de Leon Trótsky na Itália fascista

Benito Mussolini costumava almoçar na cantina Spysi, em Berna, onde Vladimir Lênin e Leon Trótski também almoçavam regularmente. Trótski reclamou da expulsão de Mussolini do Partido Socialista Italiano, declarando: "Vocês perderam a única carta séria, o único homem que poderia ter feito a revolução seriamente."
Em 1937, Trótski visitou a Itália sob o governo de Mussolini, passeando por Nápoles e Pompeia, como pode ser visto em imagens do canal Critical Past. Antonio Gramsci certa vez afirmou que Trótski era "uma prostituta do fascismo".
Grigori Zinoviev, em sua última declaração, em agosto de 1936, disse: "Meu pobre bolchevismo transformou-se em um anti-bolchevismo e, através do trotskismo, cheguei ao fascismo. O trotskismo é uma variedade do fascismo, e o zinovievismo é uma variedade do trotskismo."
Nicola Bombacci, que foi amigo, assistente e confidente de Mussolini, fez críticas a Josef Stálin que lembram, em parte, as de Trótski. Em novembro de 1937, Bombacci escreveu que as relações da União Soviética com os países democráticos só podiam ter uma explicação: "só existe uma razão, frívola, vulgar, mas real: interesse, dinheiro, negócio". Por isso, ele afirmou: "Proclamamos de consciência limpa que a Rússia bolchevique de Stálin tornou-se uma colônia do capitalismo internacional-hebreu-maçônico."
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, especialmente após a Operação Barbarossa, Bombacci passou a participar das campanhas anticomunistas do regime fascista. Como líder comunista que havia viajado à União Soviética, sua voz ainda era ouvida; porém, ele não renegava seus ideais comunistas, sustentando a tese de que Stálin havia traído a Revolução Russa. Escreveu numerosos artigos contra Stálin, alegando que suas medidas destruíram os sucessos de Lênin.
Em 1943, Bombacci escreveu, em um panfleto de propaganda: "Qual das duas revoluções, a fascista ou a bolchevique, deixará sua marca no século XX e permanecerá na história como criadora de uma nova ordem de valores sociais e palpáveis? Roma ganhou! A materialista, semi-bárbara Moscou, com um capitalismo totalitário em que o Estado é empregador, quer impor, em marcha forçada (planos quinquenais), aos seus cidadãos a mais extrema miséria, por meio da industrialização de países que, durante o século XIX, passaram por um regime burguês capitalista. Moscou completa a fase capitalista. Roma é algo muito diferente. Moscou, com a reforma de Stálin, apresenta-se institucionalmente como qualquer outro Estado parlamentar burguês. Economicamente, há uma diferença substancial, porque, enquanto nos Estados burgueses o governo é formado por delegados da classe capitalista, em Moscou o governo está nas mãos da burocracia bolchevique, uma nova classe que, na realidade, é pior do que a classe capitalista, pois, sem qualquer controle, detém o trabalho, a produção e a vida dos cidadãos."
Bombacci publicou o panfleto Isto é bolchevismo em 1944, que foi reproduzido pelo jornal La Crociata Italica em março de 1945, onde escreveu que o desvio stalinista do verdadeiro comunismo havia destruído o autêntico sindicalismo revolucionário na Europa. Mais tarde, ele declarou: "O socialismo não será alcançado por Stálin, mas por Mussolini, que é um socialista — embora por vinte anos tenha sido prejudicado pela burguesia, que depois o traiu. Agora, porém, Mussolini se livrou de todos os traidores e precisa dos trabalhadores para criar o novo Estado proletário."
E conclui com uma provocação: "Vocês não acham estranho que Trótski, que se dizia antifascista, tenha passeado na Itália durante o governo de Mussolini? E não acham estranho que Mussolini, que se dizia anticomunista, tenha permitido que um dos líderes comunistas passeasse pela Itália durante seu governo sem ser preso?"
REFERÊNCIAS:
https://youtu.be/Ytw_xtPc6uQ?si=XU4h10SxA4de0TLn
Erik Norling, Fascismo Revolucionário.
https://www.isses.it/MussoliniGiudizi.htm
https://www.tempi.it/benito-it....aliano-il-compagno-a